Cidade Tiradentes, São Paulo-SP
Cidade Tiradentes, São Paulo-SP
Artigos
Espaços públicos e fragmentação socioespacial na periferia de São Paulo: vida pública em fragmentos?
Andre Felix De Souza y Eda Maria Góes
CAIRN.INFO. Data de publicação: 03/12/2024.
Cuando pensamos en los espacios públicos, por regla general, la primera asociación que hacemos es la que los vincula, de forma un tanto abstracta, a los ideales republicanos y democráticos de la ciudadanía, un vínculo fuertemente influido por el campo de la filosofía política. Otra asociación muy común es la que los ve como objetos físicos concretos (calles, plazas, parques, aceras, centros) que conforman una parte significativa de cualquier ciudad del mundo, una perspectiva marcada por la influencia ejercida por la arquitectura, el urbanismo y la planificación urbana. La Geografía, como campo de conocimiento científico, tiene en cuenta estos dos enfoques, pero incorpora otras cuestiones y variables igualmente relevantes: ¿cómo contribuyen a este debate la localización espacial de los espacios públicos, los procesos que los configuran y las prácticas espaciales que implican? Uno de los objetivos del proyecto de investigación « Fragmentación socioespacial y urbanización brasileña: escalas, vectores, ritmos, formas y contenidos » (FAPESP, 2018), centrado en São Paulo, es averiguar cómo la condición periférica producida y reforzada por los procesos de fragmentación socioespacial interfiere en la vida pública de Cidade Tiradentes, un barrio residencial periférico situado en el extremo oriental de esta metrópolis. A partir de observaciones de campo, entrevistas con habitantes de la ciudad y la aplicación de encuestas en un espacio público emblemático, el Parque Municipal da Consciência Negra, este artículo ayuda a responder a esta pregunta. Los resultados de la investigación muestran que, aunque los residentes de Cidade Tiradentes utilizan las regiones centrales de la ciudad de São Paulo principalmente para trabajar, en términos de prácticas espaciales asociadas a la vida pública, están relativamente restringidos a los espacios públicos ubicados en este distrito periférico, corroborando la existencia de una lógica socioespacial fragmentada en la metrópolis contemporánea.
Livros
Metodologia de pesquisa em estudos urbanos: procedimentos, instrumentos e operacionalização (2022)
Eda Maria Góes; Evaraldo Santos Melazzo (Orgs.)
A diferenciação socioespacial em cidades brasileiras vem se aprofundando. Aponta para a constituição do processo de fragmentação socioespacial no plano da cidade e do urbano e redefine os sentidos do direito à cidade. A partir desta problematização foi formulado o Projeto Temático Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos (FragUrb), coordenado pela Profa. Dra. Maria Encarnação Beltrão Sposito, aprovado pela Fapesp em 10/2018. Com foco nas cidades de Mossoró/RN, Marabá/PA, Ituiutaba/MG, Ribeirão Preto/SP, Presidente Prudente/SP, Maringá/PR, Dourados/MS, e Chapecó/SC e duas áreas da metrópole paulista: Cidade Tiradentes/SP e Bairro dos Pimentas em Guarulhos, o Projeto foi organizado articuladamente em quatro planos analíticos (1: Centro, centralidade, policentralidade e mobilidade; 2: Práticas espaciais e cotidianos, 3: Espaços públicos e 4: Produção e consumo da habitação), cinco interdependentes dimensões empíricas (habitar, trabalhar, lazer, consumo e mobilidade) e seis frentes metodológicas (1. Grupos focais, 2. Entrevistas com citadinos e agentes bem-informados, 3. Percursos e suas representações [casa trabalho casa, em espaços públicos e diários registrados], 4. Netnografia e análise de redes sociais, 5. Banco de dados e 6. Cartografia). É com o foco na elaboração do trabalho em cada uma destas frentes metodológicas, de maneira articulada àqueles quatro planos analíticos e às cinco dimensões empíricas, que é estruturado este livro, apresentando o fazer da investigação em relação aos desafios de elaborar as mais adequadas perspectivas operacionais, construir instrumentos, aplicá-los e avaliá-los, validando-os ou adaptando-os.
Trabalhos completos publicados em anais de eventos
XX ENANPUR (2023)
Este artigo apresenta uma introdução à análise das práticas cotidianas de mobilidade e consumo em dois contextos específicos da periferia da Região Metropolitana de São Paulo: Cidade Tiradentes, na capital paulista, e Pimentas, em Guarulhos. Fruto de uma pesquisa em andamento, este trabalho preliminar recorreu especialmente a um conjunto de entrevistas com citadinos para compreender, dos discursos e experiências destes últimos, os indicativos do processo de fragmentação socioespacial. Em decorrência das precárias condições de mobilidade urbana e da lógica dual centro-periférica, que dirigiu a produção do espaço metropolitano, o apartamento material e simbólico das periferias tornou-se, dialeticamente, propulsor de gradativas alterações e complexificações socioespaciais. Neste sentido, constata-se a redefinição do então padrão monofuncional de cidades-dormitório a partir, por exemplo, da (re)produção de shopping centers, da segmentação do consumo e do estabelecimento progressivo de grandes redes de fast-food, supermercados, farmácias etc. também nas periferias. Consequentemente, os lugares e os tipos de consumo, em maior proximidade com o local de moradia dos citadinos, ganham um progressivo protagonismo na transformação dos espaços de circulação e frequentação nos bairros e distritos periféricos, tais como Cidade Tiradentes e Pimentas.
XVII SIMPURB (2022)
A condição de mobilidade no cotidiano periférico na cidade de São Paulo - SP
Karina Malachias Domingos dos Santos
Com este texto temos como objetivo refletir analiticamente sobre a mobilidade como componente da produção do espaço e dimensão do cotidiano. Pela leitura da Cidade, desde o processo de fragmentação socioespacial, compreendemos como múltiplas facetas do cotidiano podem ser desveladas pelo que Mares e Whitacker (2019) definiram como condição de mobilidade. Essa discussão é feita desde a periferia da metrópole de São Paulo, analisando-se a mobilidade urbana, os deslocamentos e os percursos urbanos de sujeitos moradores dos distritos de São Mateus e Cidade Tiradentes, localizados na Zona Leste da Cidade de São Paulo. A metodologia empregada consiste em entrevistas semiestruturadas e em percursos acompanhados de sujeitos-tipo pré-definidos.
XXI Semana de Geografia da FCT - UNESP (2021)
Fragmentação socioespacial e mobilidade: Cidade Tiradentes na Região Metropolitana de São Paulo
Renata Cristina Rizzon e Alejandro Morcuende
TCCs
Considerando a condição periférica, decorrente da localização da habitação dos citadinos no espaço urbano, associada às condições de desigualdade e segregação socioespacial, esta monografia possui o objetivo de verificar a existência do estigma territorial em Cidade Tiradentes, periferia do extremo leste do município de São Paulo, assim como a construção das particularidades de seus conteúdos. Por meio de metodologia qualitativa, realizamos o levantamento e a revisão bibliográfica acerca do estigma, incorporamos a ele a abordagem territorial, considerando a importância da distância da moradia de certos grupos de citadinos em relação a outros, o que rebate negativamente nos usos e apropriações dos espaços da metrópole. A revisão contribuiu para discorrermos acerca das políticas habitacionais que formaram o distrito, e que colaboraram para as desigualdades. Dadas as condições atinentes à condição periférica dos moradores, utilizamos a análise do discurso da mídia, desde a constituição do distrito, para apreender os conteúdos que passaram a atribuir e reforçar o estigma ao lugar e a seus moradores, contribuindo, principalmente, para uma visão parcial e negativa dos moradores de fora do distrito, percebendo Tiradentes como um lugar perigoso, violento e inseguro. A análise das entrevistas possibilitou um agrupamento geracional acerca da construção do estigma territorial e a apreensão de diferentes sentimentos de pertença e identidade, os quais se constituem em constantes contradições. Inferiu-se a existência do estigma territorial em relação ao distrito e aos seus moradores, sujeitos periféricos, que tiveram consequências, principalmente, para os primeiros moradores quanto à inserção social plena em outros espaços e a perda de oportunidades em vista da situação espacial que ocupam na metrópole. Os jovens sentem-no de maneira diferente, verificando menor incidência, em suas narrativas, de graves consequências associadas ao estigma territorial. A conquista da casa própria, para os primeiros moradores e a utilização de equipamentos públicos, para os jovens moradores, estão associadas ao sentimento de identidade e pertença. Por fim, apontamos reflexões sobre a possibilidade de minimização do estigma pela ascensão da cultura periférica e pela evolução da infraestrutura, equipamentos e serviços no distrito, o que leva à superação do estigma associado à cidade dormitório.