Trabalhos completos publicados em anais de eventos
Trabalhos completos publicados em anais de eventos
VIII COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE COMÉRCIO E CIDADE (2023)
Comércio varejista e fragmentação socioespacial: aproximações a partir de Ribeirão Preto/SP
Carlos Henrique Costa da Silva, Claudio Smalley Pereira e Vitor Koiti Miyazaki
Este artigo propõe-se a relacionar as formas do comércio varejista com o processo de fragmentação socioespacial, considerando-se tanto as lógicas econômicas e as estratégias das empresas quanto as práticas espaciais dos consumidores na cidade de Ribeirão Preto/SP. O artigo argumenta que a fragmentação socioespacial é um processo que pode ser analisado a partir das estratégias espaciais do comércio varejista moderno, que mantém nexos com a globalização contemporânea e incide de modo diverso no cotidiano dos citadinos. A partir de dados secundários, pesquisa de campo e mapeamento dos dados, chegou-se à conclusão de que uma nova divisão social do espaço se processa em Ribeirão Preto, resultado e condição das estratégias e ações dos capitais varejistas e shopping centers que mediante estratégias de localização favorecem o setor sul da cidade (dos ricos) em detrimento do setor norte (dos pobres), intensificando a fratura socioespacial na cidade.
XX ENANPUR (2023)
O artigo apresenta reflexões sobre a consolidação e efetivação de políticas habitacionais urbanas, enquanto mecanismo para promoção de justiça socioespacial. No texto são apresentadas análises e articulações teóricas entre os conceitos principais da pesquisa com os indicadores e resultados das ações do poder público, de agentes econômicos e anti hegemônicos a partir de experiências brasileiras pretéritas.
Este artigo apresenta uma introdução à análise das práticas cotidianas de mobilidade e consumo em dois contextos específicos da periferia da Região Metropolitana de São Paulo: Cidade Tiradentes, na capital paulista, e Pimentas, em Guarulhos. Fruto de uma pesquisa em andamento, este trabalho preliminar recorreu especialmente a um conjunto de entrevistas com citadinos para compreender, dos discursos e experiências destes últimos, os indicativos do processo de fragmentação socioespacial. Em decorrência das precárias condições de mobilidade urbana e da lógica dual centro-periférica, que dirigiu a produção do espaço metropolitano, o apartamento material e simbólico das periferias tornou-se, dialeticamente, propulsor de gradativas alterações e complexificações socioespaciais. Neste sentido, constata-se a redefinição do então padrão monofuncional de cidades-dormitório a partir, por exemplo, da (re)produção de shopping centers, da segmentação do consumo e do estabelecimento progressivo de grandes redes de fast-food, supermercados, farmácias etc. também nas periferias. Consequentemente, os lugares e os tipos de consumo, em maior proximidade com o local de moradia dos citadinos, ganham um progressivo protagonismo na transformação dos espaços de circulação e frequentação nos bairros e distritos periféricos, tais como Cidade Tiradentes e Pimentas.
Magno Ricardo Silva de Carvalho e Iara Rafaela Gomes
A desconcentração espacial de corporações do setor terciário proporcionou a chegada de grandes superfícies comerciais em espaços urbanos não-metropolitanos. Esta dinâmica favoreceu o estabelecimento de novos espaços privados de consumo em Marabá, cidade média paraense. Fruto de pesquisa, este artigo visa contribuir para uma interpretação das práticas existentes nesta cidade, no que tange às centralidades do seu intraurbano diante da implantação, especialmente, dos supermercados. O percurso metodológico, de maneira geral, consistiu em revisão de literatura sobre temas e processos selecionados para investigação relacionados diretamente com o fenômeno urbano-espacial estudado, bem como de levantamento e análise de dados primários obtidos por meio de entrevistas e formulários aplicados nas saídas dos estabelecimentos supermercadistas. A nosso ver, houve mudanças significativas nas centralidades e, consequentemente, na estruturação da cidade de Marabá. Em linhas gerais, os novos espaços de consumo não apenas efetivaram-se, individualmente, enquanto expressões de centralidade, como suas respectivas presença e atuação, em muito contribuíram para a formação e consolidação de uma nova área central na cidade, localizada ao longo de parte considerável do trecho urbano da Rodovia Transamazônica.
Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, rítmos, formas e contéudos
Maria Encarnação Beltrão Sposito, Vitor Koiti Miyzaki, Rafael Roxo dos Santos e Everaldo Santos Melazzo
A fragmentação socioespacial é um processo que caracteriza a ruptura entre partes da cidade, em termos sociais, econômicos e políticos. Este termo começou a aparecer nos estudos urbanos no final dos anos 1980, principalmente no Brasil, em que Santos (1990) caracterizou São Paulo como uma metrópole corporativa e fragmentada. A fragmentação socioespacial é constituída a partir de polarizações socioespaciais acentuadas, que podem ocorrer quando indivíduos portadores de identidade comum se agrupam em espaços apropriados exclusivamente, como os espaços residenciais fechados e controlados por sistemas de segurança ou grandes espaços de consumo e lazer privados. A produção desses espaços exclusivos está associada a uma relativa indiferença dos sujeitos que deles se apropriam em relação a outros espaços da cidade e a certos segmentos sociais, decorrente do distanciamento em relação à ideia de cidade como espaço de integração e globalidade. Esse processo de fragmentação socioespacial pode ser visto em três direções: pelo papel das políticas públicas e dos novos modos de governança das metrópoles continentais, pelas transformações associadas à globalização e às novas estratégias do management empresarial e pela relação, muitas vezes contraditória, entre mudança social e evoluções da estrutura urbana. A sessão livre se concentra nesta terceira direção, mas considera a indissociabilidade entre as três. A cidade fragmentada em construção resulta das novas formas de impacto da acumulação flexível e é caracterizada pela perda da hegemonia do centro, pela importância dos produtores imobiliários e pelo aparecimento de enclaves socialmente dissonantes no seio de tecidos com certa homogeneidade morfossocial, havendo contiguidade sem continuidade.
Pensar políticas urbanas e regionais no Brasil: Habitação e justiça socioespacial
Renata Cristina Rizzon
Considerando a complexidade de idealização e implementação de políticas públicas voltadas para a habitação, o objetivo deste artigo é o de debater e demonstrar os contrastes entre as diferentes formas de habitar, apontando seus contrastes, sob três diferentes perspectivas – as Community Land Trusts (CLT), instituídas nos Estados Unidos, e as habitações populares no Brasil e no México, constituídas de parcerias público-privadas. Ao debater de forma crítica as diferentes formas de se residir nas cidades, elencamos seus limites e possibilidades, por meio de revisão bibliográfica de artigos que contribuíram para o debate do tema. Deste modo, ancorando-nos na noção de justiça socioespacial e do direito à cidade, elencamos, como principais resultados, metodologias e diretrizes para se pensar a construção da política urbana e regional no Brasil, a partir das escala do cotidiano, municipal e regional.
Rodrigo Sartori Bogo e Eduardo Araújo da Silva
A temática da difusão do orçamento participativo (OP) pelo Brasil e mundo, assim como suas transformações, são objetos de estudo de diversos pesquisadores. Debater a possibilidade de compreensão dessa ferramenta como política pública urbana passa por compreender sua disseminação. Ademais, vê-se a necessidade de ampliar os estudos acerca do OP, assim como relacioná-lo a outros temas que são pauta na Geografia, como a justiça espacial e territorial. Assim, o objetivo central deste trabalho é realizar aproximações entre tais temas, a fim de fomentar a compreensão do OP e suas potencialidades na busca por uma justiça territorial nas cidades brasileiras. Para isto, utilizou-se como procedimento metodológico a revisão bibliografica acerca dos temas: orçamento participativo, justiça espacial e territorial. Vale ressaltar que não há pretensão de esgotar os temas abordados, tendo em vista a vasta literatura (interdisciplinar e internacional) dos mesmos. Apontamos que o OP deve ser interpretado, em sua aplicação como política pública, enquanto um instrumento que pode potencializar a busca por uma justiça territorial nas cidades brasileiras, a partir de uma matriz material – a inversão de prioridade nos investimentos públicos – e social-simbólica – com a intensificação e a descentralização da tomada de decisão democrática sobre as cidades.
As plataformas digitais e a formação de novos mercados de locação: apontamentos sobre a LUGGO
Samarane Fonseca de Souza Barros e Bruna Ribeiro Corrêa
O modo de produção flexível e o ideário neoliberal, além de reestruturações econômicas e espaciais, engendraram também um novo léxico. Desburocratização, digitalização, flexibilização etc são agora palavras imponentes na ordem socioespacial vigente e mediam relações em diversos âmbitos. Considerando a desburocratização dos aluguéis e do acesso à moradia a partir de plataformas digitais, este trabalho tem como objetivo analisar os papéis da LUGGO, startup do grupo econômico MRV, como uma plataforma do novo mercado de locação no Brasil e, principalmente, como vetor de reescalonamento e fortalecimento da MRV. Metodologicamente, nos apoiamos em literatura especializada, entrevista com agente beminformado e análise dos indicadores operacionais da LUGGO para constatarmos que mesmo que novas formas de consumo da habitação revelem novos agentes, há ainda grande peso dos agentes tradicionais na dinâmica imobiliária brasileira.
IV WORKSHOP SOBRE AS IMPLICAÇÕES DA COMPUTAÇÃO NA SOCIEDADE (2023)
App O.Way: plataforma de monitoramento para analisar fragmentação espacial urbana no Brasil
Iago Flores, Barbara Pires, Marlon Coelho, Sergio Redón, Karina Santos, Antonio Bernardes e Danielle Couto
A fragmentação espacial é um agravamento e aprofundamento da segregação social urbana. Projetos de pesquisa nesta área consistem em rastrear e seguir determinados sujeitos em seus trajetos cotidianos pelas cidades. Para efetivar este procedimento metodológico foi necessário a elaboração de tecnologias de captação de dados, com o objetivo de desenvolver uma interface denominada Plataforma O.Way, que conta com duas plataformas: mobile e web, bem como a apresentação de testes na cidade de SP, mapeamentos, e análise dos resultados obtidos por pesquisadores envolvidos neste estudo que envolveu 10 cidades brasileiras.
XIX ENANPUR (2022)
João Vitor de Souza Ferreira
XX ENG (2022)
Samarane Fonseca de Souza Barros
Fragmentação socioespacial e pandemia covid-19
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
VI SINAPEQ (2022)
As dinâmicas comerciais de feira de confecção da cidade de Ipu/CE
Analine Maria Martins Parente e Felipe César Augusto Silgueiro dos Santos
Bruna Maciel, Thalita Viana e Marcus Vinícius Mariano de Souza
Edmilson Batista Santana, Maria José Martinelli Silva Calixto e Talita Pádua Dias da Silva
Felipe César Augusto SIlgueiro dos Santos e Analine Maria Martins Parente
Reestruturação produtiva na cidade pequena: as dinâmicas econômicas em Guaranésia, Minas Gerais
Renata Vieira de Melo e Eduardo de Araújo da Silva
XVII SIMPURB (2022)
Práticas espaciais juvenis: a cena da cultura Hip Hop em Londrina
Ana Carolina dos Santos Marques
Este artigo objetiva apresentar a cena do Hip Hop de Londrina (PR), destacando a apropriação do espaço urbano londrinense pela juventude hip hopper e o enfrentamento às exclusões socioespaciais que estruturam a cidade. As práticas culturais do Hip Hop possibilitam que a juventude atue ativamente na produção do espaço geográfico e enfrentem os desafios impostos cotidianamente à sobrevivência. Como procedimentos metodológicos há o fichamento bibliográfico, trabalhos de campo em eventos do Hip Hop de Londrina de 2018 a 2021, observação participante e entrevistas semiestruturadas com cinco jovens mulheres negras da cena. A principal conclusão é que as práticas espaciais da juventude hip hopper são orientadas pelo movimento dos eventos, com destaque para as batalhas de rima. As trajetórias de espaço passam a não se restringir apenas entre periferia-periferia, mas também entre centro-periferia.
Grupos econômicos enquanto agentes produtores de habitação: a atuação da MRV em Ribeirão Preto/SP
Bruna Ribeiro Correa e Samarane Fonseca de Souza Barros
A produção do espaço urbano envolve diferentes agentes que detém de interesses e lógicas de atuação específicos. Destacamos a emergência dos grupos econômicos enquanto agentes hegemônicos na produção das cidades e, mais especificamente, da habitação. Trazemos para a análise o grupo econômico MRV, uma das maiores incorporadoras do país, e a sua atuação na cidade de Ribeirão Preto/SP. Observamos que a partir da articulação do grupo com o Estado, o lançamento dos empreendimentos voltados à habitação de interesse social advindas do Programa Minha Casa Minha Vida ratifica ainda mais a desigualdade socioespacial na cidade e reforça uma estrutura segmentada em Ribeirão Preto: os condomínios populares localizados ao norte e oeste da cidade em contraponto ao eixo de expansão e valorização imobiliária no setor sul.
É a partir da instauração do marco regularório do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), em 1997, que passam a ser criados os instrumentos necessários ao desenvolvimento da securitização imobiliária no Brasil, em particular, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que tem seu principal agente analisados neste texto, abrindo novos caminhos para o aprofundamento das conexões entre o imobiliário e o financeiro no Brasil. Assim, a análise presente no texto é focada na atuação de um agente específico: o Estado, que a partir da articulação e confluência de algumas de suas instituições como a Caixa Econômica Federal (CEF), maior supridor de créditos para o financiamento habitacional no Brasil e fundos parafiscais públicos e semipúblicos, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), historicamente vinculados ao financiamento habitacional e políticas de fomento à habitação popular, buscou coordenar e direcionar os rumos da estruturação do mercado de títulos de dívidas imobiliárias no Brasil, resultando a partir disto na criação de um modelo de financeirização e securitização único.
A desigualdade socioespacial é uma característica da cidade contemporânea. Citadinos são expostos diariamente à realidade urbana marcada pela injustiça espacial, onde, de um lado, observam-se milhares de trabalhadoras e trabalhadores sem acesso à habitação, consumo, mobilidade e lazeres dignos, do outro, vê-se uma quantidade reduzida de sujeitos possuindo elevadas condições de uso, apropriação e dominação da/na cidade. O objetivo deste trabalho é investigar as desigualdades socioespaciais de Poços de Caldas (MG). Evidenciou-se que a cidade foi produzida por diferentes agentes sociais, cada qual com seus interesses, necessidades e condições, conformando numa cidade com notada diferenciação socioespacial, expressa na justaposição de áreas de distintas funções, formas, estruturas e conteúdos. As desigualdades sociais e espaciais são percebidas pelos moradores da cidade.
A condição de mobilidade no cotidiano periférico na cidade de São Paulo - SP
Karina Malachias Domingos dos Santos
Com este texto temos como objetivo refletir analiticamente sobre a mobilidade como componente da produção do espaço e dimensão do cotidiano. Pela leitura da Cidade, desde o processo de fragmentação socioespacial, compreendemos como múltiplas facetas do cotidiano podem ser desveladas pelo que Mares e Whitacker (2019) definiram como condição de mobilidade. Essa discussão é feita desde a periferia da metrópole de São Paulo, analisando-se a mobilidade urbana, os deslocamentos e os percursos urbanos de sujeitos moradores dos distritos de São Mateus e Cidade Tiradentes, localizados na Zona Leste da Cidade de São Paulo. A metodologia empregada consiste em entrevistas semiestruturadas e em percursos acompanhados de sujeitos-tipo pré-definidos.
A fragmentação socioespacial, conceito basilar deste trabalho, é o elemento que media as atuais relações entre o espaço e a sociedade. Utilizamos o contexto de uma cidade média localizada no centro oeste do Brasil, para capturar as mudanças dos distintos conteúdos das desigualdades e padrões de segregação ocasionadas pelo avanço desenfreado da integração econômica deste centro urbano, comparando dois conjuntos habitacionais periféricos a partir dos dados dos últimos dois censos demográficos. Como resultado, este trabalho propõe a elaboração de uma metodologia piloto que, a partir da elaboração de um banco de dados, delimita indicadores para a desigualdade.
Fragmentação socioespacial e estigma territorial: sobre a produção do espaço urbano na atualidades
Renata Cristina Rizzon, Taís Souza da Cruz e Pablo Muryllo de Oliveira
A produção do espaço urbano resulta em processos que se materializam por meio das desigualdades socioespaciais e dos esforços de diferenciação por distintos agentes e sujeitos. Em uma perspectiva crítica e a partir de revisão bibliográfica, o objetivo deste artigo é o de debater, por meio da contextualização contemporânea da globalização, intensificada a partir dos anos 1970, processos como o de segregação socioespacial e, principalmente, o de fragmentação socioespacial, associados ao estigma territorial, incorporado como uma das faces da produção do espaço urbano, incluído nesses processos em curso, como meio de diferenciação e manutenção do status quo, combinando-se e reforçando-se.
Centro e centralidade em cidades médias
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
Este artigo discute o centro e a centralidade intraurbana nas cidades médias de Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Chapecó e Ituiutaba. Debatemos brevemente fatores de ocorrência de áreas centrais, trazendo à tona o elemento técnico e suas transformações, condicionando a constituição da centralidade intraurbana. Neste ponto, os conceitos de Cidades Bocas de Sertão, Cidades Ponta de Trilhos e Cidades Ferroviárias são destacados. Na sequência, apresentamos a descentralização e formação de novas áreas centrais, respectivamente processo socioespacial e forma espaciais que marcam as cidades médias no período mais recente, colando em relevo os conceitos de multicentralidade e policentralidade, bem como as diferentes expressões da centralidade urbana. Nas cidades analisadas neste artigo destacou-se o papel dos shopping centers na redefinição da centralidade intraurbana. Complementando a análise, trouxemos a debate em torno das relações entre as áreas centrais da cidade, marcadas pela hierarquia, concorrência, complementariedade e coocorrência. Defendendo a ideia de que nas cidades médias podem existir relações hierárquicas e não hierárquicas entre áreas centrais.
XXII Semana de Geografia da FCT - UNESP (2022)
Bruno Vicente dos Passos, Bruna Ribeiro Correa, Eduardo Nardez e Renata Cristina Rizzon
O ingresso à universidade é um período de adaptação na vida dos estudantes, um momento de transição para a vida adulta em muitos casos associada às novas responsabilidades da vida acadêmica e/ou autonomia com a saída da casa dos responsáveis. Nisso, surgem novas práticas socioespaciais que são construídas por meio das redes de sociabilidade estruturadas a partir do ambiente e pelos sujeitos. Nesse sentido, o trabalho visa discutir as práticas cotidianas dos estudantes de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente (Unesp), buscando compreender as mudanças nas relações socioespaciais decorrentes do isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19. Verificamos de que maneira os estudantes estão equilibrando seu tempo e espaço para as práticas de estudos e lazer. Por isso, a pesquisa contou com levantamentos bibliográficos, aplicação de questionários (Google Forms), entrevista com os estudantes, organização e sistematização dos dados e informações em representações cartográficas e infográficas. Os resultados mostram como ocorreram as mudanças entre as práticas espaciais no que compete ao estudo, trabalho e o lazer, especialmente em função da restrição ao ambiente doméstico.
A atual conjuntura em que se apresenta o mercado imobiliário brasileiro aponta para a reestruturação das cidades, ao passo que expressa novas configurações econômicas e sociais do espaço, aprofundando as desigualdades socioespaciais e destacando novos vetores de expansão territorial. Diante deste contexto, o presente trabalho visa a construção e análise de um banco de dados sobre ofertas imobiliárias no período entre os anos 1995 e 2020 nas cidades de Chapecó/SC e Mossoró/RN, que permita compreender o tipo de produto imobiliário, seus usos, preços e localizações diferenciadas e que possibilite também analisar a dinâmica do mercado imobiliário e fundiário ao longo do tempo e em sua dimensão espacial. Espera-se que o conjunto dos dados permitam, ainda, interpretar as mudanças e permanências na produção da cidade, enfatizando as desigualdades socioespaciais, em particular a problematização do processo de fragmentação socioespacial.
Felipe César Augusto Silgueiro dos Santos
Compreender as cidades contemporâneas demanda uma série de reflexões, instrumentos e indagações acerca do espaço urbano que é construído. Temos observado que, nas cidades médias, cada vez mais elementos surgem como constitutivos de uma base analítica que demanda pensamento constante, isso por conta da pluralidade de interações socioeconômicas que estão sendo observadas nelas. Diante de tal assertiva, nos propomos a entender a mobilidade, aqui na sua dimensão cotidiana, como elemento para observar que cidade média está sendo produzida e de que forma ela tem afetado o dia a dia da população, neste caso a periférica. Para isso, nos valeremos de uma metodologia denominada de “percurso urbano” para entender como o “ir e vir” desta população tem sido afetada pelas muitas dinâmicas intraurbanas. De antemão, indicamos observar e perceber que a fragmentação socioespacial tem sido elemento fundante e estruturante dos apontamentos realizados e que é preciso criar políticas públicas que tragam a população citadina para o centro do debate.
Fragmentação socioespacial e experiências urbanas em Presidente Prudente/SP
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
A estrutura das cidades médias vem passando por mudanças nos últimos anos, marcando uma ruptura da lógica centro-periférica para a lógica da fragmentação socioespacial. Estas transformações ganharam especial relevância em nosso texto, principalmente quando elas alteram as práticas espaciais e as experiências urbanas de citadinos residentes na cidade de Presidente Prudente/SP. Para tanto, selecionamos colaboradores de diferentes áreas desta cidade, seja em espaços residenciais fechados ou nos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida (faixa 1). A partir da análise de entrevistas discutimos as transformações no cotidiano dos moradores, as diferentes formas de apropriação do espaço urbano, os graus de isolamento no qual estão inseridos e as estratégias para superar os constrangimentos das distâncias causadas pelo atual local de moradia. Os impactos da pandemia de covid-19 também estão presentes em nossas análises, dado a importância do tema para os entrevistados. A desigualdade e a seletividade espacial se fizeram presentes nos relatos trazidos neste texto, no qual defendemos a ideia de que podemos compreender essas novas dinâmicas à luz do processo de fragmentação socioespacial.
II Simpósio de Pós-Graduação do Sul do Brasil (2022)
Felipe César Augusto Silgueiro dos Santos
As cidades médias brasileiras têm sido foco de estudos e investigações pela representatividade que possuem na dinâmica urbana nacional. Deste modo, compreendê-las a partir de processos como o de fragmentação socioespacial se configura como mais uma potencialidade de evidenciar como elas ainda possuem relevância no que se refere ao dinamismo e importância para os estudos urbanos brasileiros. Diante disso, nossa proposta é compreender como as relações de mobilidade cotidiana de citadinas e citadinos residentes em conjuntos habitacionais da faixa 01 do Programa “Minha Casa, Minha Vida” são afetadas e afetados pelo processo mencionado. Mediante uma metodologia conhecida como “percursos urbanos” buscamos trazer problemáticas que possibilitem compreender como a vida urbana dessa população residente na Zona Norte de Ribeirão Preto/SP tem sido afetada por este processo que por nós está presente na dinâmica urbana desta. Construímos tal assertiva ao verificar o percurso urbano acompanhado de uma colaboradora, que dispende tempo e dinheiro para poder realizar suas atividades de trabalho e em um sistema urbano de transporte coletivo ineficiente, que afeta o cotidiano e a vida urbana de citadinas e citadinos da área de pesquisa indicada.
XIV ENANPEGE (2021)
Este artigo é uma síntese da nossa pesquisa de mestrado, a qual está em execução. A investigação visa compreender, mediante a análise das práticas espaciais dos citadinos de baixo poder aquisitivo e moradores da chamada periferia, como a lógica socioespacial fragmentária estrutura-se e se consolida, em oposição aos pressupostos do direito à cidade. Desse modo, o processo de fragmentação socioespacial é analisado a partir da dimensão empírica da mobilidade urbana, a qual é indissociável da acessibilidade urbana. Vinculadas a ela, adotamos, também, as dimensões empíricas do consumo, do lazer e do trabalho. Para a pesquisa, selecionamos a cidade média de Ribeirão Preto, situada no Estado de São Paulo, a qual, com base em várias pesquisas já realizadas, apresenta uma intensificação da diferenciação socioespacial que poderia apontar para a fragmentação socioespacial. Os procedimentos metodológicos que orientam a investigação são: 1) revisão bibliográfica; 2) trabalhos de campo; 3) pesquisa netnográfica; 4) entrevistas semiestruturadas; 5) avaliação do transporte público; 6) delimitação das áreas comerciais e de serviços de Ribeirão Preto e do Conjunto Habitacional "Cristo Redentor", sendo ele a área privilegiada na investigação. A pesquisa vincula-se ao projeto temático intitulado "Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos - FragUrb". Neste artigo, optamos por apresentar, apenas, um recorte proveniente dos resultados obtidos por meio da Netnografia. Dentre eles, destacamos que os problemas do transporte público que atende à nossa área de estudo, conforme os citadinos destacaram, conferem baixa mobilidade e acessibilidade urbanas àqueles que dependem dele e dificuldades para que haja o exercício pleno do direito à cidade.
Autossegregação na aglomeração urbana de Araçatuba
Augusto Marques da Silva
As formas de produção do espaço urbano contemporâneo, fortemente orientadas por interesses econômicos dos proprietários de terras e das empresas incorporadoras, vêm se materializando, por meio do crescimento do número de espaços residenciais fechados de médio e alto padrão, diversificando e intensificando, consequentemente, o processo de segregação socioespacial, que, no período atual, é também composto por formas de autossegregação. O presente trabalho contém proposta de análise de como a produção dos espaços para autossegregação contribui com o processo de produção do espaço urbano de Araçatuba e Birigui. A partir deste objetivo, o foco recai sobre a análise dos agentes produtores do espaço urbano que estão relacionados a implantação dos espaços residenciais fechados, sendo estes as empresas incorporadoras e o poder público municipal.
Mirley Cristiane Mendes e Vitor Koiti Miyzaki
A compreensão da dinâmica dos processos relativos à produção e apropriação dos espaços urbanos perpassa por questões socioespaciais diversas, entre elas, as desigualdades e a criminalidade que influenciam na violência urbana ou mesmo na sensação de falta de segurança e a percepção do medo por parte dos citadinos. Diante disso, esta pesquisa busca compreender a dinâmica criminal, a percepção do medo e da sensação de insegurança nas práticas cotidianas dos sujeitos da cidade de Ituiutaba-MG. Embora se constitua em uma cidade de porte médio, distante das principais realidades metropolitanas do país, é importante evidenciar o cenário de Ituiutaba em relação à criminalidade, uma vez que vem se destacando paralelamente com o crescimento populacional e territorial, bem como a ampliação de seus papéis regionais. Neste cenário, tal situação vem sendo percebida pela população local que, cada vez mais, tem alterado sua percepção no que diz respeito à insegurança urbana, com impactos, por exemplo, na ampliação da utilização de aparatos de proteção e segurança privada visivelmente presentes em residências e estabelecimentos comerciais em geral. Buscaremos estabelecer diálogos que demonstrem a importância, por exemplo, dos instrumentos jurídicos e constitucionais acerca dos direitos sociais e o debate sobre as políticas públicas que contribuam para a resolução dos problemas urbanos contemporâneos. A metodologia utilizada é pautada na análise e revisão de literatura sobre temas como violência, criminalidade, insegurança e produção do espaço urbano, articulados à interpretação de informações empíricas levantadas na referida cidade por meio do exame de dados sobre a ocorrência de crimes e a percepção por parte dos citadinos.
IV CIMDEPE (2021)
Centralidade e mobilidade na cidade de Cuzco - Peru
Rita de Cássia G. Andrade e Jean Legroux
Fragmentação socioespacial: reflexões preliminares desde o Brasil não-metropolitano
Rizia Mendes Mares e Arthur Magon Whitacker
A contribuição da atividade salineira na expansão urbana de duas cidades: Araruama e Mossoró
Vanessa Moura Lacerda Teixeira
IV Encontro Latino Americano de de Agricultura Urbana e Periurbana (2021)
Espaço público e agricultura urbana. Notas históricas e ferramentas conceituais
Pablo Martin Bender e Berenice Zanetti
XXI Semana de Geografia da FCT - UNESP (2021)
Fragmentação socioespacial e mobilidade: Cidade Tiradentes na Região Metropolitana de São Paulo
Renata Cristina Rizzon e Alejandro Morcuende
Taís Souza Cruz e Jean Legroux
XVI SIMPURB (2019)
O processo de formação, estruturação e as respectivas tendências de diferenciação socioespacial deixaram marcas peculiares no espaço urbano de Maringá (PR). O objetivo desse trabalho é identificar dinâmicas contemporâneas que agravam e conferem novas formas aos problemas intrínsecos ao surgimento das cidades, buscando compreender os novos elementos que acirram as desigualdes e as rupturas socioespaciais. Para isso foram adotados procedimentos metodológicos que se apoiam na análise da qualidade de sociabilidade no âmbito urbano.
V GEOSIMPÓSIO (2019)
Entre "fronteiras" e "pontes": a produção cotidiana da segregação socioespacial
Patrícia Helena Milani
O processo de segregação socioespacial é analisado neste artigo a partir de suas dimensões objetivas e subjetivas, em que os muros dos espaços residenciais fechados tanto exercem um papel de barreira material, quanto um limite simbólico, que influenciam nas práticas cotidianas dos moradores e na elaboração das representações que fazem das cidades. O cotidiano, enquanto unidade de espaço e tempo é nossa dimensão analítica, sem perder de vista as relações escalares, o que nos permite apreender as heterogeneidades do espaço vivido, engendrando novos sentidos e significados às práticas, que envolvem e elaboram relações contraditórias entre dentro e fora, antes e depois, mudança e permanência, espaço e tempo, apreendidas por meio das narrativas dos moradores, cuja tendência é conformar mais “muros” que “pontes” em relação à cidade e aos espaços públicos.
III Congreso Internacional de Geografía Urbana (2019)
El artículo problematiza e interpreta las transformaciones contemporáneas de la producción de espacio urbano en ciudades medianasbrasileñas, teniendo como foco principal el análisis de la dimensión económica de este proceso. Desde esta perspectiva, el artículo analiza la reciente expansión territorial urbana de una ciudad mediana, Ribeirão Preto/SP, ubicado en el estado de São Paulo; demuestra la estrecha relación entre intereses y estrategias de ciertos agentes inmobiliarios y los significados, ritmo, alcance y escala de la expansión del tejido urbano, en el contexto de la búsqueda permanente de la reproducción ampliada del capital a través de la lógica que sitúa ciudad como locus de estrategias de acumulación; y relaciona el desempeño estratégico de los agentes inmobiliarios con las expansiones territoriales urbanas y el proceso de financiarización de bienes inmuebles, a partir del análisis de la titulización de bienes raices, más específicamente de la emisión de CRI (Certificados de cuentas por cobrar de bienes raices), que están directamente asociados con estas áreas.