Mossoró-RN
Mossoró-RN
Artigos
Wagner Vinícius Amorim, Cláudio Smalley Soares Pereira e Cleiton Ferreira da Silva
REURB. Data de publicação: 11-04-2025.
O artigo tem por objetivo fazer uma análise comparativa do processo de fragmentação socioespacial em duas cidades médias do Semiárido Brasileiro – Mossoró (RN) e Sobral (CE) – que coteja semelhanças e diferenças no que concerne ao porte demográfico, às funções interurbanas em suas respectivas redes e, fundamentalmente, aos seus habitats periféricos. Ambas se localizam na região Nordeste, fundada na grande propriedade rural e influenciada por condicionantes do clima semiárido predominante no domínio morfoclimático da Caatinga. Guardam, ao mesmo tempo, diferenças históricas quanto a sua situação geográfica, estruturação espacial, aspectos sociais, culturais e economias regionais. Essas cidades desvelam particularidades que, em análise comparativa, apresentam aspectos centrais ao processo de estruturação urbana e de fragmentação socioespacial. Esta última é tratada aqui como um processo multiescalar que tem sido sistematicamente aprofundado pelas políticas habitacionais, seja pela persistência das favelas e comunidades urbanas ou pelas estratégias do mercado imobiliário, cujos agentes promovem espaços residenciais fechados exclusivos, quase sempre associados a uma ideia de morar nas proximidades de locais de consumo para as altas rendas, em áreas aprazíveis e relativamente “afastadas” de locais “indesejados” da cidade, frequentemente atreladas à negação da própria cidade e de suas relações socioambientais. Este artigo, portanto, tematiza a fragmentação socioespacial e seus aspectos fundantes, tomando como base a dimensão do habitar e a atuação dos agentes econômicos produtores do espaço residencial urbano nas novas áreas periféricas.
Cláudio Smalley Soares Pereira, Vanessa Moura de Lacerda Teixeira e Cleiton Ferreira da Silva
Revista CONFINS. Data de publicação: Jul-set. de 2024.
O objetivo deste artigo é discutir formas e processos socioespaciais em cidades médias brasileiras, a partir do conceito de fragmentação socioespacial. Parte-se, portanto, da análise da divisão social especificamente “dicotômica” do espaço, ou seja, centro-periférica na conformação das cidades no passado, para uma complexificação e heterogeneidade desses mesmos espaços, estruturando o processo da fragmentação. As cidades de Mossoró, no Rio Grande do Norte e Ribeirão Preto, em São Paulo, foram analisadas como expressão da fragmentação socioespacial no Brasil, a partir das transformações na estrutura urbana e na constituição de uma nova divisão social. Criam-se novos espaços de moradia na periferia para a elite e para moradores de conjuntos habitacionais populares financiados pelo Estado, associados a uma nova centralidade de comércio e serviços segmentados, todavia, separados simbólica, social e economicamente, seja por cercas e muros ou através de desigualdades e formas de apropriação da cidade. Para captar estes fenômenos, utilizou-se neste artigo, trechos de entrevistas semi-estruturadas dos moradores dos habitats populares e dos Espaços Residenciais Fechados (ERF’s), a sistematização cartográfica, para analisar a representação da fragmentação, o levantamento bibliográfico e a dimensão analítica comparativa entre as cidades, no que concerne à fragmentação socioespacial. A ideia deste estudo, portanto, é presumir que novas centralidades e periferias foram produzidas e indicam as tendências da produção de espaços mais fraturados e menos conectados entre si, superando o paradigma de uma tessitura urbana centro-periférica, resultando em forte consequência para a habitabilidade e o processo democrático das cidades.
Cleiton Ferreira da Silva
Revista GEOUERJ. Data de publicação: 05-03-2024.
Ao analisar o impacto do neoliberalismo, da globalização e do Pós-fordismo nas cidades da América Latina, estudos têm evidenciado transformações significativas nas formas e conteúdo dos espaços urbanos, cujos trabalhos têm denominado tais fenômenos de fragmentação socioespacial. No Brasil, a fragmentação socioespacial tem-se manifestado por meio de múltiplos fenômenos que têm sido objeto de análise de vários estudos. À luz deste debate, este trabalho propõe-se em analisar os seguintes aspectos: o surgimento de novas centralidades nas áreas periféricas das cidades, a expansão de “fortificações” residenciais nas periferias, destinadas aos moradores das classes média e alta, ao lado de habitações populares como as do PMCMV e, novas práticas voltadas ao consumo segmentado e seletivo no espaço urbano, como shoppings centers. A ideia, portanto, é caracterizar estas mudanças em cidades médias brasileiras, aqui representadas pelas cidades de Marabá-PA e Mossoró-RN.
Divisão social do espaço e fragmentação socioespacial
Vanessa Moura de Lacerda Teixeira, Cláudio Smalley Soares Pereira e Cleiton Ferreira da Silva
Mercartor. Data de publicação: 15-09-2022.
O presente trabalho aborda a produção do espaço urbano em Mossoró, no Rio Grande do Norte, sob a perspectiva de análise que articula a divisão social do espaço e a fragmentação socioespacial. A hipótese levantada é que, no contexto da urbanização contemporânea, a lógica urbana fragmentária desempenha um papel significativo na estruturação e reestruturação dos espaços urbanos. A contradição centro-periferia se redefine, associada à produção de novos espaços de consumo e à profusão de formas de habitação popular e espaços residenciais fechados. Para isso, o mapeamento e cruzamento de dados destes mesmos espaços, as formas de habitação e, consequentemente entrevistas com citadinos que os habitam, foram fundamentais para a análise. O artigo problematiza, portanto, o estudo da fragmentação socioespacial como possibilidade expressiva para se compreender a urbanização brasileira contemporânea e conclui sobre as práticas espaciais e a apropriação do espaço como elemento fundamental para a compreensão do processo de fragmentação nas cidades médias brasileiras.
Cidades médias e reestruturação urbana no Nordeste brasileiro
Jefferson Santos Fernandes
Revista Terra Livre. Data de publicação: 14-09-2022.
As transformações estruturais no sistema capitalista após a década de 1970 impuseram novas marcas ao processo de urbanização. A reestruturação econômica/produtiva teve fortes rebatimentos territoriais no sistema urbano, se expressando por meio de processos de reestruturação urbana e reestruturação da cidade. Um olhar para o nordeste brasileiro nos ajuda a identificar elementos empíricos sobre as transformações urbanas a partir das cidades médias de Juazeiro do Norte/CE, Imperatriz/MA, Vitória da Conquista/BA, Mossoró/RN, Caruaru/PE e Arapiraca/AL. Para a consecução do trabalho, realizamos pesquisa bibliográfica e levantamento de dados oficiais. Consideramos que analisar estes processos é uma tarefa importante para a apreensão dos novos conteúdos da urbanização brasileira.
Cleiton Ferreira da Silva e Cláudio Smalley Soares Pereira
Caminhos de Geografia. Data de publicação: 05-04-2021.
As problematizações evidenciadas neste trabalho refletem as primeiras reflexões a partir de um projeto de pesquisa de maior envergadura que está sendo desenvolvido a respeito da fragmentação socioespacial e urbanização brasileira por um conjunto de pesquisadores no país, denominado “Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos e formas”. A ideia proposta aqui está centrada em refletir sobre a reestruturação produtiva e suas implicações sociais, econômicas e espaciais no contexto das cidades médias, analisando especialmente a cidade de Mossoró (uma das cidades integrantes do projeto). Buscamos investigar o impacto desta reestruturação, como resultado e condição de transformação do capitalismo e de modificações substanciais no contexto contemporâneo do mundo do trabalho, com características cada vez mais assentadas sob o funcionamento das tecnologias digitais, configurando o que vem sendo chamado de capitalismo de plataformas, que pode ser exemplificado com os serviços de aplicativos da empresa Bee na respectiva cidade. Empresa de capital local que vem se expandindo por diversas cidades do país através da lógica da “plataformização” e da precarização do trabalhador.
Cleiton Ferreira da Silva
Revista de Geografia. Data de publicação: 24-12-2020.
Este texto analisa a política pública de habitação popular, através do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) - Faixa 1 na cidade de Mossoró, nordeste brasileiro. A ideia é problematizar o padrão segmentado de expansão urbana para a população mais pobre, as tipologias das habitações, a ausência de equipamentos básicos, o perfil socioeconômico das famílias atendidas e, como isso impacta na habitabilidade e no cotidiano dos moradores do Conjunto Residencial Santa Júlia, objeto de nosso estudo.
Livros
Metodologia de pesquisa em estudos urbanos: procedimentos, instrumentos e operacionalização (2022)
Eda Maria Góes; Evaraldo Santos Melazzo (Orgs.)
A diferenciação socioespacial em cidades brasileiras vem se aprofundando. Aponta para a constituição do processo de fragmentação socioespacial no plano da cidade e do urbano e redefine os sentidos do direito à cidade. A partir desta problematização foi formulado o Projeto Temático Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos (FragUrb), coordenado pela Profa. Dra. Maria Encarnação Beltrão Sposito, aprovado pela Fapesp em 10/2018. Com foco nas cidades de Mossoró/RN, Marabá/PA, Ituiutaba/MG, Ribeirão Preto/SP, Presidente Prudente/SP, Maringá/PR, Dourados/MS, e Chapecó/SC e duas áreas da metrópole paulista: Cidade Tiradentes/SP e Bairro dos Pimentas em Guarulhos, o Projeto foi organizado articuladamente em quatro planos analíticos (1: Centro, centralidade, policentralidade e mobilidade; 2: Práticas espaciais e cotidianos, 3: Espaços públicos e 4: Produção e consumo da habitação), cinco interdependentes dimensões empíricas (habitar, trabalhar, lazer, consumo e mobilidade) e seis frentes metodológicas (1. Grupos focais, 2. Entrevistas com citadinos e agentes bem-informados, 3. Percursos e suas representações [casa trabalho casa, em espaços públicos e diários registrados], 4. Netnografia e análise de redes sociais, 5. Banco de dados e 6. Cartografia). É com o foco na elaboração do trabalho em cada uma destas frentes metodológicas, de maneira articulada àqueles quatro planos analíticos e às cinco dimensões empíricas, que é estruturado este livro, apresentando o fazer da investigação em relação aos desafios de elaborar as mais adequadas perspectivas operacionais, construir instrumentos, aplicá-los e avaliá-los, validando-os ou adaptando-os.
Trabalhos completos publicados em anais de eventos
XXII Semana de Geografia da FCT - UNESP (2022)
A atual conjuntura em que se apresenta o mercado imobiliário brasileiro aponta para a reestruturação das cidades, ao passo que expressa novas configurações econômicas e sociais do espaço, aprofundando as desigualdades socioespaciais e destacando novos vetores de expansão territorial. Diante deste contexto, o presente trabalho visa a construção e análise de um banco de dados sobre ofertas imobiliárias no período entre os anos 1995 e 2020 nas cidades de Chapecó/SC e Mossoró/RN, que permita compreender o tipo de produto imobiliário, seus usos, preços e localizações diferenciadas e que possibilite também analisar a dinâmica do mercado imobiliário e fundiário ao longo do tempo e em sua dimensão espacial. Espera-se que o conjunto dos dados permitam, ainda, interpretar as mudanças e permanências na produção da cidade, enfatizando as desigualdades socioespaciais, em particular a problematização do processo de fragmentação socioespacial.
IV CIMDEPE (2021)
A contribuição da atividade salineira na expansão urbana de duas cidades: Araruama e Mossoró
Vanessa Moura Lacerda Teixeira