Presidente Prudente-SP
Presidente Prudente-SP
Artigos
Gustavo Nagib e Katia Atsumi Nakayama
Revista PerCursos. Data de publicação: 17-10-2023.
Aborda-se, neste artigo, a (re)produção do espaço popular sob a lógica socioespacial fragmentária, que se sobrepõe e ressignifica a anterior lógica dual centro-periférica. Foca-se na questão da habitação popular no Brasil para além da materialização de bairros-dormitório nas periferias urbanas, vislumbrando-se ampliar e atualizar a compreensão sobre a proliferação de condomínios fechados verticais. Enfatiza-se, na análise, o caso de Presidente Prudente, cidade média localizada no estado de São Paulo. A pesquisa, em que se apoia este artigo, embasou-se em extensa revisão bibliográfica e em entrevistas com moradores de condomínios verticais populares, financiados pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). Tais entrevistas compõem um conjunto maior de registros produzidos por uma pesquisa mais ampla sobre o processo de fragmentação socioespacial, por este motivo, efetuou-se, aqui, um recorte que pudesse embasar notadamente a análise sobre a (re)produção do espaço popular prudentino, identificando a valorização da tipologia de condomínios fechados, enquanto empreendimento habitacional para as faixas de renda do PMCMV, e as mudanças relacionadas às práticas cotidianas dos citadinos.
The urban system, centralities and the use of urban space in middle cities
Eliseu Savério Sposito
Revista Formação. Data de publicação: 14-04-2023.
Este texto está estruturado em três partes. Na primeira, apresentamos uma discussão sobre o conceito de centro e seu papel para o comércio varejista. A seguir, discutimos aformação de subcentros definindo novas centralidades para mostrar como a cidade se reestrutura em resposta às mudanças em diferentes escalas. A redefinição na localização do commercial e a atuação em outras áreas que não o centro da cidade permite a formação de novos centros e, consequentemente, a projeção de seus papeis como novas centralidades. Por fim, o deslocamento das pessoas em suas ações de consumo mostra como a mobilidade se apresenta no espaço urbano. Escolhemos, como estudos de caso, as cidades de Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Marília, cada uma com suas especificidades que condicionam e são produto das novas relações das pessoas nas suas escolhas de consume. Como resultado parcial, demonstramos o seguinte: 1) O consumo é condicionado pela classe social a que o indivíduo pertence; 2) a mobilidade urbana (independente dos meios de transporte) configura as novas centralidades e modifica o papel do centro principal da cidade; 3) a cidade se reestrutura devido às localizações que diferem de acordo com o poder de compra das pessoas. Do ponto de vista metodológico, as informações foram obtidas de forma indireta e direta por meio de observação de campo, questionários e entrevistas com diferentes grupos de pessoas. Como forma de visualizar as características específicas das cidades, utilizamos a represntação cartográfica.
Laércio Yudi Watanabe Silva
Geografia em Questão. Data de publicação: 24-03-2023.
Estimular o envolvimento da sociedade nas ações de planejamento urbano e gestão urbana é um dos grandes desafios contemporâneos ao se pensar a produção do espaço urbano. As constantes revisões dos planos diretores possibilitam a participação coletiva. No entanto, o envolvimento popular pouco acontece na prática, resultando na conformação de planos diretores negligentes em relação às demandas coletivas. O Orçamento Participativo é uma alternativa para estimular o envolvimento popular nos processos de planejamento urbano e gestão urbana. Este trabalho objetiva propor o planejamento, implantação e execução do Orçamento Participativo na cidade de Presidente Prudente/SP. Para isso, foram realizadas adaptações referentes ao modus operandi dos três casos utilizados como referência, Porto Alegre-RS e Olinda-PE. A divisão de Presidente Prudente em setores administrativos baseou-se na variável social renda como critério principal, uma vez que as condições socioeconômicas são aquelas que mais aproximam os citadinos com demandas semelhantes, aglutinando-os em seus respectivos setores. Em nossa proposta, a divisão da cidade em SPA’s deu origem a conformação de 12 setores com características semelhantes entre si. O planejamento e execução da proposta foram detalhados, com destaque para a realização de audiências itinerantes para a definição das demandas prioritárias de cada setor.
Laércio Yudi Watanabe Silva
Boletim de Geografia. Data de publicação: 25-01-2023.
Nas cidades médias brasileiras haveria, pelo menos, dois tipos de espraiamento do tecido urbano: um deles é atinente a escala da própria cidade, enquanto o segundo compreende aglomerações urbanas polarizadas por cidades médias. Este segundo, chamando de dispersão da Cidade, pode ser observado na aglomeração urbana formada entre Presidente Prudente e Álvares Machado. A expansão territorial de cada núcleo urbano acirrou as relações e interações entre os municípios, tanto do ponto de vista físico-territorial quanto em relação aos deslocamentos pendulares. O âmbito de vida ou o espaço de vivência cotidiana dos citadinos passa, cada vez mais, a se efetivar nessa escala mais alargada. Na aglomeração investigada, os espaços residenciais fechados de alto padrão vêm se constituindo, mais recentemente, como um importante vetor de intensificação dos fluxos e das interações intermunicipais, sobretudo ao longo de importantes vias que alcançam ambos os municípios, como as rodovias Raposo Tavares e Arthur Boigues Filho. Ao final, novas questões são apresentadas como o objetivo de contribuir para futuras investigações concernentes a possível relação existente entre os espaços residenciais fechados e o processo de aglomeração urbana.
Bruna Ribeiro Corrêa e Samarane Fonseca de Souza Barros
Revista Geografia em Atos. Data de publicação: 21-09-2022.
As incorporadoras do setor imobiliário brasileiro atuam como agentes na produção de habitação, modificando paisagens de diversas cidades através da incorporação de empreendimentos imobiliários. Assim, este trabalho visa compreender a atuação da incorporadora MRV Engenharia S/A em duas cidades médias brasileiras: Presidente Prudente- SP e Ribeirão Preto-SP. Para a realização do trabalho, utilizamos como base os dados retirados do sítio eletrônico da incorporadora e do Ministério de Desenvolvimento Regional. Deste modo, as informações obtidas foram compiladas e transformadas em dois produtos cartográficos, os quais foram analisados e discutidos, sendo possível a compreensão do uso de estratégias produtivas e econômicas semelhantes, porém com práticas de implantação distintas em cada cidade analisada.
João Vitor de Souza Ferreira e Augusto Marques da Silva
Revista GeoTextos. Data de publicação: 20-07-2022.
O presente artigo analisa as transformações e a urbanização em Presidente Prudente – SP, a partir das mudanças ocorridas ao longo do tempo. Analisa, também, a atuação do grupo Encalso Damha e adoção, por parte do grupo, de estratégias e instrumentos de financeirização para produção e financiamento de seus empreendimentos, através do lançamento de ativos lastreados em seus empreendimentos, os Certificados de Recebíveis Imobiliários. Ainda, destaca-se, as transformações ocorridas no município e as redefinições no par centro-periferia resultantes, dentre outros aspectos, da implementação dos espaços residenciais fechados nas periferias geográficas da cidade, e que tem como um dos referenciais da produção desse tipo de empreendimento, o grupo Damha. Tem-se como base da análise desses novos processos dois conceitos fundamentais aos estudos urbanos, os de Urbanização e Reestruturação. Questionando os impactos da implementação desses empreendimentos e da emergência de novos processos na cidade.
Nécio Turra Neto e Maria Celina Pedroso
Geografia e Gênero. Data de publicação: 02-07-2022.
O artigo traz resultados do estudo realizado sobre o Coletivo Quilombo de Dandara, de Presidente Prudente, que instituiu um espaço de Poesia Slam no centro da cidade. O objetivo foi compreender os processos educativos do Slam e as relações com os saberes escolares, bem como analisar sua espacialidade em relação aos processos mais amplos de produção do espaço urbano. Pelas entrevistas, acessamos as trajetórias de vida das integrantes do Coletivo, seus cruzamentos e entrelaçamentos, suas práticas espaciais e seu papel educativo. O Coletivo educa, ao discutir temas como racismo e sexismo, ao acolher múltiplas manifestações, ao dar a palavra aos que normalmente não têm voz e ao se conectar com outros contextos educativos que formam um circuito político e cultural alternativo na cidade. Por isso, é possível pensar o Coletivo Quilombo de Dandara como uma prática espacial insurgente.
Exclusão Digital e Desigualdades Socioespaciais em Presidente Prudente / SP
João Pedro Pereira Caetano de Lima, Laércio Yudi Watanabe Silva e Matheus Buttler de Oliveira
Geografia em Atos. Data de publicação: 02-05-2022.
É notório que as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vem transformando as relações sociais e promovendo mudanças nos paradigmas filosóficos, sociológicos, políticos e geográficos. Em meio ao protagonismo dessas tecnologias e da comunicação digital, nos propomos a investigar a exclusão digital no município de Presidente Prudente - SP. Abordamos o tema, incialmente, através de revisão bibliográfica, analisamos e organizamos dados secundários disponibilizados nos bancos de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC); TELEBRASIL; Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL); e sítios eletrônicos das principais operadoras de prestadoras de serviços de internet residencial. Como resultados, identificamos a oferta de internet nos bairros em áreas de exclusão social; posteriormente, produzimos uma série de produtos cartográficos referentes a distribuição espacial das praças Wi-Fi e das antenas de internet; o último produto cartográfico sintético condensa todos os resultados levantados. Constatamos que a exclusão digital é mais que o “não acesso”, corresponde a um subproduto da exclusão social e, por sua vez, da segregação socioespacial.
Sofia Anchieta Messias e Eda Maria Góes
Geografia em Atos. Data de publicação: 02-05-2022.
Os espaços residenciais fechados da porção Noroeste de Presidente Prudente e, mais especificamente, as práticas dos seus moradores, são investigadas, a partir da recente introdução de atividades comerciais no seu interior. Tomamos como referência a pesquisa anterior sobre a expansão dos Espaços Residenciais Fechados em três cidades médias paulistas, Presidente Prudente, Marília e São Carlos, que resultou no livro “Espaços Fechados e Cidades: insegurança urbana e fragmentação socioespacial” (SPOSITO; GÓES, 2013), com vistas à atualização de alguns de seus resultados, levando em conta as mudanças internas identificadas e suas implicações, em relação aos processos de produção do espaço que estão em curso, com especial atenção aos impactos sobre os espaços públicos.
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
Élisée. Data de publicação: 05-04-2022.
A localização das atividades comerciais e de serviços no ano de 2010 na cidade de Presidente Prudente – SP constitui o tema central deste artigo. Para tanto, empregamos como procedimentos metodológicos a construção de um banco de dados a partir do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). O CNEFE e o CNAE possibilitaram produzir representações cartográficas que sustentaram nossas análises sobre o centro e a centralidade intraurbana em Presidente Prudente – SP. Tendo em vista os resultados obtidos com os referidos procedimentos metodológicos, podemos observar a presença de uma grande concentração de estabelecimentos comerciais e de serviços no centro principal. Entretanto, novas áreas também apresentaram concentrações, sobretudo em função dos shopping centers, que ora reforçam a centralidade exercida pelo centro principal, ora configuram novas áreas centrais.
Marcia Cardim de Carvalho e Everaldo Santos Melazzo
GEOgraphia. Data de publicação: 30-03-2022.
O objetivo deste artigo é compreender como a política habitacional repercute na estruturação do espaço urbano através da mobilidade residencial intraurbana promovida pelo Programa Minha Casa Minha Vida Faixa 1, em duas escalas geográficas: a da cidade como um todo e em áreas específicas com características socioeconômicas homogêneas. A pesquisa foi elaborada no contexto histórico-geográfico da cidade de Presidente Prudente, estado de São Paulo, a partir da análise da trajetória residencial produzida pelo PMCMV Faixa 1, através da verificação das mudanças ocorridas nos domicílios de procedência dos beneficiários. Parte-se do princípio de que a mobilidade residencial não necessariamente modifica a estruturação do espaço, senão que pode fortalecer a divisão social do espaço urbano desigual e hierarquizado. Evidenciou-se, assim, que o PMCMV possui e exerce a capacidade de ratificar o processo já existente de diferenciação socioespacial, em vez de ser um mecanismo que interceda diminuindo tal processo na cidade.
Laércio Yudi Watanabe Silva e Arthur Magon Whitacker
Estudos Geográficos. Data de publicação: 22-11-2021.
Uma das tendências da urbanização contemporânea é a subversão da estrutura urbana pautada no par centro-periferia, por meio da passagem de uma estrutura monocêntrica para uma estrutura multicêntrica ou, até mesmo, policêntrica. Este trabalho investiga a estrutura urbana de Presidente Prudente/SP sob égide do par centro-periferia, encetando debates e contribuições para os conceitos de centro e centralidade. Para isso, estabelece-se no corpo do trabalho correlações entre a distribuição espacial dos estabelecimentos de ensino e dos estabelecimentos de saúde. A metodologia se baseia na coleta de endereços de estabelecimentos de ensino e estabelecimentos de saúde, retirados do CNEFE. Esses dados possibilitaram a elaboração dos produtos cartográficos analíticos. Conclui-se o par centro-periferia na estrutura urbana de Presidente Prudente/SP é, ainda, bastante representativo ao examinar a distribuição espacial dos estabelecimentos averiguados; as maiores concentrações se situam no centro principal e nas áreas pericentrais. A periferia, por outro lado, possui um rareamento de concentrações.
A região do devir e a região do atraso. Uma leitura da região de Presidente Prudente
Eliseu Savério Sposito
Revista Confins. Data de publicação: 03-2020.
A Região de Presidente Prudente pode ser interpretada por meio do território que se transforma em região. Para isso, a recuperação histórica da sua construção (território) e da conformação de um conceito (região) que conforma a compreensão do lugar como espaço do devir e espaço do atraso. A confrontação de diferentes conceitos, importantes para a Geografia, é uma possibilidade de mostrar, em parte por meio da intermediação de pronunciamentos adquiridos em um meio de comunicação (jornal), como se forma o discurso que se consolida e marca, de maneira quase permanente, seu contorno simbólico e os elementos geográficos que o compõem. Nisso se incorporam aspectos da cultura, da economia, da dinâmica populacional e da paisagem que se entrelaçam ao longo do processo histórico de ocupação de parte do oeste do Estado de São Paulo.
The urban system, centralities and the use of urban space in middle cities
Eliseu Savério Sposito
CIRAS. Data de publicação: 04-2019.
The text is structured in three parts. In the first, we present a discussion about the concept of center (downtown) and its role for the retail trade. The center is understood as a place of confluence (as a dialectical and hierarchical pair in relation to the periphery) resulting from the search by the economic agents for the best locations for commercial establishments, making use of the land in the city. Next, we discuss the formation of subcenters defining new centralities in medium-sized cities to show how the city restructures in response to changes at different scales, from the broader process of globalization to the localization of commercial activities, in a geographic articulation of scales. The redefinition in the location of commercial activities in areas other than the city center allows the formation of new centers and, consequently, the projection of their roles as new centralities. Finally, the displacement of people in their consumption actions shows how mobility presents itself in urban space. Urban mobility is here explained from the choices and preferences of consumers in their search for the place of purchases articulating what we call centrality to their individual economic profile. We present, in the end, some partial conclusions of a collective research carried out in several medium-sized cities in the State of São Paulo. We have chosen, as case studies, the cities of Presidente Prudente, Ribeirão Preto and Marília, each one with their specific characteristics that condition and are the product of the new relations of people in their choices of consumption. As it deals with a collective work, some descriptions and conclusions are analyzed and explained in function of the spatial, temporal and thematic clipping presented. Although the definition of average city is taken from the position of the city in the urban network, in this study we will privilege the city in its specific restructuring, that is, in the reconfiguration of its urban design. As partial result, we will demonstrate the following: 1) consumption is conditioned by the social class to which the individual belongs; 2) urban mobility (independent of means of transport) shapes the new centralities and modifies the role of the main center of the city; 3) the city restructures because of the locations that differ according to people's purchasing power. From the methodological viewpoint, the information was obtained indirectly and directly through field observation, questionnaires and interviews with different groups of people. As a way of visualizing the relationship between the dimensions of the city center and the location of retail activities, the conformation of new centralities and how consumers are distributed according to their specific characteristics, we use cartographic representation.
Livros
Metodologia de pesquisa em estudos urbanos: procedimentos, instrumentos e operacionalização (2022)
Eda Maria Góes; Evaraldo Santos Melazzo (Orgs.)
A diferenciação socioespacial em cidades brasileiras vem se aprofundando. Aponta para a constituição do processo de fragmentação socioespacial no plano da cidade e do urbano e redefine os sentidos do direito à cidade. A partir desta problematização foi formulado o Projeto Temático Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos (FragUrb), coordenado pela Profa. Dra. Maria Encarnação Beltrão Sposito, aprovado pela Fapesp em 10/2018. Com foco nas cidades de Mossoró/RN, Marabá/PA, Ituiutaba/MG, Ribeirão Preto/SP, Presidente Prudente/SP, Maringá/PR, Dourados/MS, e Chapecó/SC e duas áreas da metrópole paulista: Cidade Tiradentes/SP e Bairro dos Pimentas em Guarulhos, o Projeto foi organizado articuladamente em quatro planos analíticos (1: Centro, centralidade, policentralidade e mobilidade; 2: Práticas espaciais e cotidianos, 3: Espaços públicos e 4: Produção e consumo da habitação), cinco interdependentes dimensões empíricas (habitar, trabalhar, lazer, consumo e mobilidade) e seis frentes metodológicas (1. Grupos focais, 2. Entrevistas com citadinos e agentes bem-informados, 3. Percursos e suas representações [casa trabalho casa, em espaços públicos e diários registrados], 4. Netnografia e análise de redes sociais, 5. Banco de dados e 6. Cartografia). É com o foco na elaboração do trabalho em cada uma destas frentes metodológicas, de maneira articulada àqueles quatro planos analíticos e às cinco dimensões empíricas, que é estruturado este livro, apresentando o fazer da investigação em relação aos desafios de elaborar as mais adequadas perspectivas operacionais, construir instrumentos, aplicá-los e avaliá-los, validando-os ou adaptando-os.
Trabalhos completos publicados em anais de eventos
XIX ENANPUR (2022)
João Vitor de Souza Ferreira
XX ENG (2022)
XVII SIMPURB (2022)
Centro e centralidade em cidades médias
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
Este artigo discute o centro e a centralidade intraurbana nas cidades médias de Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Chapecó e Ituiutaba. Debatemos brevemente fatores de ocorrência de áreas centrais, trazendo à tona o elemento técnico e suas transformações, condicionando a constituição da centralidade intraurbana. Neste ponto, os conceitos de Cidades Bocas de Sertão, Cidades Ponta de Trilhos e Cidades Ferroviárias são destacados. Na sequência, apresentamos a descentralização e formação de novas áreas centrais, respectivamente processo socioespacial e forma espaciais que marcam as cidades médias no período mais recente, colando em relevo os conceitos de multicentralidade e policentralidade, bem como as diferentes expressões da centralidade urbana. Nas cidades analisadas neste artigo destacou-se o papel dos shopping centers na redefinição da centralidade intraurbana. Complementando a análise, trouxemos a debate em torno das relações entre as áreas centrais da cidade, marcadas pela hierarquia, concorrência, complementariedade e coocorrência. Defendendo a ideia de que nas cidades médias podem existir relações hierárquicas e não hierárquicas entre áreas centrais.
XXII Semana de Geografia da FCT - UNESP (2022)
Bruno Vicente dos Passos, Bruna Ribeiro Correa, Eduardo Nardez e Renata Cristina Rizzon
O ingresso à universidade é um período de adaptação na vida dos estudantes, um momento de transição para a vida adulta em muitos casos associada às novas responsabilidades da vida acadêmica e/ou autonomia com a saída da casa dos responsáveis. Nisso, surgem novas práticas socioespaciais que são construídas por meio das redes de sociabilidade estruturadas a partir do ambiente e pelos sujeitos. Nesse sentido, o trabalho visa discutir as práticas cotidianas dos estudantes de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente (Unesp), buscando compreender as mudanças nas relações socioespaciais decorrentes do isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19. Verificamos de que maneira os estudantes estão equilibrando seu tempo e espaço para as práticas de estudos e lazer. Por isso, a pesquisa contou com levantamentos bibliográficos, aplicação de questionários (Google Forms), entrevista com os estudantes, organização e sistematização dos dados e informações em representações cartográficas e infográficas. Os resultados mostram como ocorreram as mudanças entre as práticas espaciais no que compete ao estudo, trabalho e o lazer, especialmente em função da restrição ao ambiente doméstico.
Fragmentação socioespacial e experiências urbanas em Presidente Prudente/SP
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
A estrutura das cidades médias vem passando por mudanças nos últimos anos, marcando uma ruptura da lógica centro-periférica para a lógica da fragmentação socioespacial. Estas transformações ganharam especial relevância em nosso texto, principalmente quando elas alteram as práticas espaciais e as experiências urbanas de citadinos residentes na cidade de Presidente Prudente/SP. Para tanto, selecionamos colaboradores de diferentes áreas desta cidade, seja em espaços residenciais fechados ou nos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida (faixa 1). A partir da análise de entrevistas discutimos as transformações no cotidiano dos moradores, as diferentes formas de apropriação do espaço urbano, os graus de isolamento no qual estão inseridos e as estratégias para superar os constrangimentos das distâncias causadas pelo atual local de moradia. Os impactos da pandemia de covid-19 também estão presentes em nossas análises, dado a importância do tema para os entrevistados. A desigualdade e a seletividade espacial se fizeram presentes nos relatos trazidos neste texto, no qual defendemos a ideia de que podemos compreender essas novas dinâmicas à luz do processo de fragmentação socioespacial.
Dissertações
Esta pesquisa, considerando o campo da Geografia da Infância, teve como objetivo apreender experiências urbanas, práticas espaciais e representações de crianças moradoras de Presidente Prudente-SP, com a ideia de demostrar como diferentes condições sociais e espaciais levam a experiências urbanas também diferenciadas que dotarão os sujeitos de distintos graus de autonomia, frente à Cidade. Nesse sentido, inquerimos oito crianças moradores de habitats populares (espaços tradicionais, centrais, pericentrais e periferias sociais) e de habitats de classe média e elite com idade de 8 a 15 anos, que cursam desde os anos iniciais do Ensino Fundamental I aos anos finais do Ensino Fundamental II. Operacionalmente, empregamos como ferramentas de investigação: entrevistas semiestruturadas; elaboração de esboços cartográficos dos percursos casa-escola; reconstrução e representação cartográfica dos percursos; reprodução dos percursos pela pesquisadora. Dessa maneira, os resultados desta pesquisa contribuem para o debate de que as distintas condições espaciais forma diversos modos de leitura da cidade, o que conflui, por fim, com possibilidades de exercício da autonomia na produção e apropriação do espaço urbano, autonomia esta que é também representativa da capacidade de empregar e expressar conhecimento tácito, mas, conjuntamente, reflexivo sobre o Espaço e sobre a Produção do Espaço.
Experiências de juventudes dos estudantes de geografia da FCT/UNESP e do CPTL/UFMS
João Pedro Turino da Silva
A pesquisa tem como objetivo central apreender e analisar as experiências de juventude(s) que se fazem presentes no curso de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP), Presidente Prudente, e no curso de Geografia do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (CPTL-UFMS). Como objetivo geral buscamos responder a seguinte questão: Quem são os jovens que chegam ao curso de Geografia da UFMS e da FCT/Unesp e quais eram suas experiências prévias de juventude e que experiências passam a ter quando ingressam no curso? Para responder esta questão, seguimos um percurso investigativo que articula estratégias quantitativas e qualitativas de produção de informação. Foram realizadas 5 entrevistas (online), 2 grupos focais, aplicação de questionários e acesso à dados da seção de graduação da FCT/UNESP. A pesquisa buscou utilizar dos estudos acerca das juventudes, experiências e culturas para analisar o cotidiano, as trajetórias e os campos de possibilidades desses sujeitos que constituem os cursos de Geografia das duas universidades em questão. Traçamos então um perfil quantitativo, comparamos e identificamos ora diferentes ora semelhantes práticas e experiências de juventudes desses jovens em um contexto de cultura (juvenil) universitária e mais precisamente em um curso de Geografia. Esperamos ter trazido com a pesquisa uma contribuição para os cursos de Geografia da FCT/UNESP e CPTL-UFMS, que poderão conhecer seus respectivos estudantes e assim talvez repensar estratégias pedagógicas e ações para ampliar o diálogo com os graduandos e com a própria comunidade. Consideramos que o encontro de diferentes trajetórias no espaço da universidade em contato direto com os conteúdos da geografia modifica esses jovens, suas formações e visões de mundo, desenvolvendo a crítica e a autonomia, para além da formação profissional. Palavras-chave: Juventudes; Experiência; Universidade Pública; Geografia; CPTLUFMS Três Lagoas; FCT/UNESP Presidente Prudente.
A periferia na conurbação. “Nem Álvares Machado, nem Presidente Prudente”
Thiago Yugo Nagai Matsutane
A consolidação do processo de urbanização brasileira ocorreu com a produção de cidades onde a segregação socioespacial e a fragmentação socioespaciais têm sido resultado e o modo pelo qual se pauta a expansão territorial destas cidades, bem como a segmentação social nestes espaços urbanos. Os efeitos espaciais têm sido espraiamento com descontinuidade territorial, aprofundando ainda mais na desigualdade, não somente nas cidades como as metrópoles, mas também nas cidades médias, bem como em espaços urbanos de menor porte, principalmente aqueles afetados pelas dinâmicas regionais de centralidade urbanas já estruturadas. Partindo destas mudanças e o modo de se produzir a cidade, nosso objetivo passa pela área de integração de uma cidade média e uma cidade pequena que é Presidente Prudente e Álvares Machado, onde, por meio de dois processos que ocorrem de forma dialética que é a fragmentação socioespacial e a conurbação, compreender uma periferia complexa e dinâmica. A metodologia quali-quantitativo priorizou a realização de entrevistas e percursos com a participação de alguns colaboradores citadinos dessa área de integração, que nos correspondem a uma passagem de uma lógica centro-periférica para a lógica fragmentação socioespacial consolidando a conurbação do ponto de vista da produção do tecido dessas cidades e na vida urbana nelas.
Fragmentação socioespacial e experiências urbanas em Presidente Prudente
Victor Hugo Quissi Cordeiro da Silva
Os processos de produção de diferenças e desigualdades socioespaciais são temas tratados na Geografia por diferentes geógrafos e perspectivas teórico-metodológicas. O espaço urbano, entendido como condição, meio e produto das relações sociais, expressa a relação entre uma lógica fragmentada e a segmentação socioespacial sendo, portanto, fundamental para a compreensão das desigualdades. O processo de fragmentação socioespacial é uma possibilidade de compreendermos como na estruturação da cidade as práticas espaciais dos citadinos definem e são definidas no contexto urbano propenso a acentuar as desigualdades socioespaciais, ainda mais agravada pela pandemia da covid-19. É a partir deste processo que observamos a condição dos sujeitos que vivem em conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) (faixa 1) em Presidente Prudente/SP e dos espaços residenciais fechados com residências de alto valor de troca, buscando objetivar a diferenciação e as desigualdades socioespaciais como caminho para se revelar nas escalas do cotidiano a sua inserção na cidade, levando em consideração as diferenças entre esses contextos socioeconômicos e espaciais distintos e mudanças advindas pelo contexto pandêmico. O processo de dispersão urbana foi discutido ao longo do texto e apresentado a partir das tipologias que este processo pode assumir no contexto latino-americano, ou seja, a precariópolis estatal e a privatópolis imobiliária, áreas marcadas respectivamente pela segregação e autossegregação socioespacial. As entrevistas semiestruturadas buscaram abordar diferentes aspectos do cotidiano e das experiências urbanas, tais como lazer, consumo, trabalho e habitação. A partir dessa metodologia pudemos identificar diferentes dimensões dos processos de segregação, autossegregação e fragmentação, indicados na maior ou menor autonomia na construção da própria espaço-temporalidade por parte dos entrevistados. Os percursos urbanos casa-trabalho-casa foram registrados a fim de apreendermos o cotidiano e elaborarmos uma análise da passagem da lógica centro-periférica para uma lógica fragmentária na qual se processa a fragmentação socioespacial não como determinante apenas, mas como forma-conteúdo do modo de pensar, fazer e viver a cidade.
Na última década, diversos autores têm apontado para a presença do processo de fragmentação socioespacial em cidades médias paulistas. Como fundamento da interpretação de tal processo, encontra-se a articulação entre o autoenclausuramento de amplos segmentos sociais em espaços residenciais fechados e a segmentação dos espaços de consumo de uma parcela da população de renda mais elevada, tendo como principais justificativas o medo de uma possível ameaça de violência e a crença na incapacidade do Estado na resolução desse problema, com a transferência de tal incumbência para a indústria privada da segurança. Mesmo com a tendência acima descrita, ainda se observa a existência de contatos, de vida pública nos espaço públicos, contrapondo-se a uma lógica de privatização da vida urbana. Nosso principal objetivo é contribuir com a compreensão das motivações por trás das práticas espaciais dos citadinos que continuam utilizando os espaços públicos numa relação aparentemente dicotômica com a privatização crescente dos espaços de moradia e consumo. Como recurso analítico, realizamos nossa pesquisa em duas cidades de diferentes portes do interior paulista, Bauru e Presidente Prudente. Como procedimentos metodológicos, realizamos trabalhos de campo e entrevistas, assim como a aplicação de enquetes, além de elaborarmos uma nova metodologia, buscando reconhecer os elementos produtores de afetos que motivam os citadinos a utilizar os espaços públicos pesquisados, a qual nomeamos de Percurso Comentado.
TCCs
O trabalho tem como objetivo principal compreender o surgimento, as ações, mecanismos e estratégias de crescimento da MRV Engenharia enquanto grupo econômico. Na análise de tais processos, buscou-se abordar marcos fundamentais para o desempenho do grupo MRV no mercado imobiliário, tais como abertura de capital na bolsa de valores e a exitosa produção para o Programa Minha Casa Minha Vida, o que contribuiu para o reescalonamento espacial do grupo. São utilizadas como fontes para o trabalho, informações oficiais do sitio eletrônico da própria incorporadora, revistas especializadas e bibliografia, além de informações disponíveis nos relatórios econômicos financeiros da empresa na Bolsa Mercantil e de Futuros (BMF) atual B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e informações sobre a produção da incorporadora para o PMCMV, que foram extraídas do sitio eletrônico do Ministério de Desenvolvimento Regional. No que se refere a expansão da produção da MRV para cidades médias brasileiras, buscou-se abordar a atuação da incorporadora em três cidades, sendo elas: Maringá- PR, Presidente Prudente-SP e Ribeirão Preto-SP. Tais análises permitiram compreender que o produto imobiliário da MRV, em sua maioria, está localizado em áreas cujo preço da terra não é tão baixo quanto na periferia mais distante, e isso ocorre, principalmente, pelo poder econômico e espacial da própria MRV.
O presente estudo buscou compreender os papéis e as funções das cidades médias a partir das interações espaciais que são estabelecidas no âmbito de uma rede hierárquica de cidades e que geram fluxos constantes de habitantes das cidades pequenas do entorno destes centros regionais, tornando-os arranjos populacionais dos núcleos polarizantes. Desta maneira, os processos decorrentes destes constantes fluxos, complexificam e dão forma a redes urbanas cada vez mais heterogêneas e centralizadas nas cidades médias, tornando o papel e a centralidade das cidades pequenas cada vez mais articulado às dinâmicas regionais das cidades médias, relação explicada pelo processo de diferenciação socioespacial. Tomou-se como recorte para estudo, as cidades médias de Chapecó/SC, Maringá/PR, Presidente Prudente/SP e Ribeirão Preto/SP e seus respectivos arranjos populacionais, utilizando os dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e comparando as metodologias utilizadas em cada estudo, sendo apresentado, ainda, diferentes maneiras metodológicas de utilização de dados e pesquisas de órgãos institucionais.
Tendo como principal referência teórica a fragmentação socioespacial, analisamos as práticas espaciais, a organização e reprodução da vida cotidiana por meio das redes sociais virtuais, especificamente, em dois casos de empreendimentos “Minha Casa Minha Vida”, Faixa 1, em cidades médias: João Domingos Netto, na Presidente Prudente-SP, através de um grupo no Facebook; E Loteamento e Condomínio Expoente, em Chapecó-SC, através das redes sociais do Facebook e do Whatsapp. Para tanto, dispomos da Netnografia como instrumental metodológico construído com objetivo de interpretar as ações e as interações virtuais. Tal análise nos revelou a constituição de redes sociais de apoio, fluxos de informações e de confiança, bem como de algumas temáticas recorrentes, a saber: comércio, oferta de serviços informais, problemas quanto à mobilidade urbana, infraestrutura e acerca do contexto socioeconômico local e do país. Desse modo, tais relações nos permitiram interpretar com maior acuidade as estratégias na reprodução da vida cotidiana e o quanto estas se relacionam com a condição de segregação e a tendência da fragmentação socioespacial, já que consideramos que o presencial é o virtual e vice-versa.
A pesquisa tem como foco a cultura universitária que se constitui no curso de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP), Presidente Prudente, mais particularmente a experiência que têm dela jovens estudantes do segundo e terceiro anos do curso (inicialmente, antes da pandemia de Covid 19, a ideia era trabalhar com o primeiro e segundo anos), justamente aqueles que estão passando pelo processo de inserção na vida universitária, vindos de trajetórias de vida e com projetos de futuro muito diversos. As questões principais que orientaram a pesquisa foram: quem são os jovens que chegam ao curso de Geografia da FCT/UNESP e quais eram suas experiências prévias de juventude e que experiências passaram a ter quando ingressam no curso? O que seria a graduação em Geografia da FCT/UNESP enquanto contexto socioespacial e cultural específico, que tornaria esta experiência de juventude singular? Como os estudantes em sua diversidade articulam sua especificidade às experiências como estudantes de Geografia? Para responder estas questões, seguimos um percurso investigativo que articulou estratégias quantitativas e qualitativas de produção de informação. Por um lado, trabalhamos tanto com dados secundários da própria UNESP, quanto com questionários aplicados ao universo dos estudantes, foco da pesquisa. Por outro lado, realizamos uma pesquisa qualitativa, com grupos focais e entrevistas. Contudo, no contexto da pandemia, nossa forma de acesso aos estudantes se deu de forma remota, pela plataforma do google meet. Como resultado, conseguimos traçar um perfil dos estudantes do 2° e 3° ano do curso de Geografia e analisar suas diversas trajetórias; constatamos uma cultura universitária própria do curso de Geografia, que tem seus espaços de encontro e sociabilidade, mas que muitas vezes se confunde com uma cultura universitária generalizada em todos os cursos da FCT/UNESP. Com a pesquisa, esperamos trazer uma contribuição tanto ao campo de estudos da “Geografia das Juventudes”, quanto para o próprio curso de Geografia, que poderá conhecer outras facetas do universo estudantil e assim, repensar estratégias pedagógicas e ações para ampliar o diálogo com os estudantes e estratégias contra a evasão escolar (tão presente no curso).
Realizada na cidade de Presidente Prudente – SP, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), a presente pesquisa teve por objetivo geral entender a dinâmica da fragmentação socioespacial, partindo da experiência de jovens menos favorecidos/as, ligados à coletivos ou culturas juvenis, visando entender a leitura que fazem a partir de suas posicionalidades na cidade, bem como compreender os saberes que circulam nesses coletivos/culturas. Os objetivos específicos tiveram intenção de acessar como essas jovens instituem e negociam suas diferenças e suas pautas, tematizadas nos coletivos juvenis e nos espaços formais de aprendizagem, nesse caso, na Escola Fernando Costa, espaço onde estudam as/os participantes da pesquisa, assim como entender suas diferentes experiências, conflitos e construções identitárias enquanto moradores da cidade de Presidente Prudente. Produzida durante a pandemia da Covid-19, a pesquisa teve de se adaptar metodologicamente à essa conjuntura, portanto, as metodologias foram realizadas inteiramente à distância, passando pelo levantamento bibliográfico, aplicação de questionário, entrevistas, netnografia, sistematização dos dados e escrita e conclusão dos resultados, apresentados todos no presente trabalho. Por conta deste contexto, houve também limitações quanto ao atendimento aos objetivos inicialmente propostos. Não acessamos propriamente jovens de coletivos juvenis, mas aqueles que se disponibilizaram em participar. Concluímos que há uma profunda conexão entre o espaço escolar, a cidade e as juventudes, jovens que produzem, aprendem e compartilham saberes, por vezes conflituosos, através de suas variadas experiências enquanto estudantes, citadinos e participantes de culturas juvenis.
Esta pesquisa busca discutir a localização das atividades comerciais e de serviços nas cidades médias brasileiras de Presidente Prudente (SP), Ribeirão Preto (SP), Chapecó (SC) e Ituiutaba (MG). Discutimos as formas espaciais decorrentes da concentração, desconcentração e reconcentração dessas atividades a partir de cada uma das cidades estudadas, destacando as transformações e permanências, as diferenças e similitudes e o que há de geral e particular em cada realidade empírica. Os processos e as formas espaciais são trabalhados em conjuntos, como pares complementares e indispensáveis para a interpretação geográfica da produção do espaço urbano. Como caminho metodológico adotamos o levantamento de informações e construção de um banco dados sobre as cidades estudadas. Utilizamos para tanto o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) e a Classificação de Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) com os quais construímos uma base de dados abrangente sobre atividades econômicas e que serviram de apoio para a elaboração de mapas com as representações das densidades ou das concentrações de comércios e serviços. A vinculação desta pesquisa ao Projeto temático “Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos”, em desenvolvimento pelo Grupo de Pesquisa Produção do Espaço e Redefinições Regionais (GAsPERR), colocou como um de nossos objetivos contribuir para o debate em torno do processo de fragmentação socioespacial, a partir de uma das dimensões deste processo, qual seja, a formação da multi(poli)centralidade urbana. Percebemos que existem processos gerais ou lógicas comuns atuantes nas cidades estudadas, principalmente em relação ao caráter reconcentrador da formação de núcleos secundários, demonstrando que a descentralização forma novas concentrações no interior do espaço urbano. Em relação aos agentes deste processo podemos afirmar, a partir dos resultados obtidos, que a localização dos shopping centers cumpre um papel de fundamental importância na centralidade urbana, ora reafirmando o protagonismo do centro principal, ora conformando novas áreas concentradoras de comércios e serviços.